O MATERIAL DO LADO DIREITO DO CÉREBRO

Precisamos enfatizar é como nutrir mais a parte direita de seu cérebro, bem como a esquerda. Daniel Pink, autor de A Whole New Mind: Movingfrom the Information Age to the Conceptual Age (Uma Mente Inteiramente Nova: Passando da Era da Informação para a Era Conceituai), explica:
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Há muito tempo os cientistas sabem que uma linha neurológica Mason-Dixon* parte nossos cérebros em duas regiões — os hemisférios direito e esquerdo. Mas nos últimos dez anos, graças em parte aos avanços nas imagens de ressonância magnética funcional, pesquisadores começaram a identificar mais precisamente como os dois lados dividem responsabilidades. O hemisfério esquerdo lida com sequência, entendimento literal e análise. O hemisfério direito, por sua vez, cuida de contexto, expressão emocional e síntese. É claro que o cérebro humano, com suas 100 bilhões de células fazendo um quatrilhão de conexões, é impressionantemente complexo. Os dois hemisférios trabalham em conjunto, e usamos ambos em quase tudo o que fazemos. Mas a estrutura de nosso cérebro pode ajudar a explicar os contornos de nossos tempos.


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Até recentemente, as habilidades que levavam ao sucesso na escola, no trabalho, nos negócios, eram características do hemisfério esquerdo. Eram os tipos de talento linear, lógico e analítico medidos em testes de admissão para universidades, e utilizados em testes para cargos de contabilidade. Hoje, essas capacidades ainda são necessárias. Mas já não são suficientes. Num mundo virado às avessas pela terceirização, inundado de dados e sufocado por escolhas, as habilidades que mais importam estão agora mais proximas em espírito das especialidades do hemisfério direito — vocação, empatia, ter uma visão global e a busca do que transcende.
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Se você quer ter certeza de que é o que eu chamo de intocável, argumenta Pink, uma pessoa com um trabalho que "um computador ou um robô não podem fazer mais rápido ou que um estrangeiro talentoso não pode fazer mais barato" e tão bem quanto, você precisa se concen¬trar no desenvolvimento constante de suas habilidades do cérebro direi¬to — "tais como criar relacionamentos mais do que executar transações, lidar com novos desafios em vez de resolver problemas de rotina e sinte¬tizar a visão global em vez de analisar um único componente".
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Não vamos perder nossos empregos amanhã... Mas enquanto o custo de se comunicar com o outro lado do planeta vai caindo essencialmente a zero, enquanto a índia vai se tornando (até 2010) o país com o maior número de pessoas que falam inglês e enquanto as nações em desenvolvimento continuarem a produzir milhões de trabalhadores extremamente capazes nas áreas de conhecimento, a vida profissional das pessoas no Ocidente vai mudar dramati¬camente. Se processamento de números, leitura de gráficos e a criação de código podem ser feitos por muito menos no exterior e distri-buídos a clientes instantaneamente via cabo de fibra óptica, é para lá que o trabalho vai.
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Mas esses sopros de vantagem comparativa estão afastando apenas certos tipos de empregos de colarinho branco -- aqueles que podem ser reduzidos a uma série de regras, rotinas e instruções. Por isso, o estreito trabalho do cérebro esquerdo, como codificação básica de computador, contabilidade, pesquisa legal e análise financeira, está migrando pelos mares. Mas é por isso também que muitas oportunidades permanecem com pessoas e empresas que fazem menos trabalho de rotina — programadores que podem projetar sistemas inteiros, contadores que servem para planejar a vida financeira, e banqueiros menos especializados nos detalhes da Excel do que na arte de negociar.
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"Agora que estrangeiros podem fazer o trabalho do cérebro esquer¬do com um custo menor", argumenta Pink, "nós nos EUA precisamos fazer melhor o trabalho do cérebro direito." Para mim, este é o ponto-chave: Agora que estrangeiros podem fazer o trabalho do cérebro esquerdo com um custo menor, nós nos EUA precisamos fazer melhor o trabalho do cérebro direito.
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Ele elabora:
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No século passado, as máquinas provaram que podiam substituir a força humana. Neste século, as tecnologias estão provando que podem atuar melhor do que o cérebro esquerdo humano — podem executar trabalho sequencial, redutivo e computacional melhor, mais rapidamente e mais precisamente do que até mesmo aquelgs que têm os maiores QIs. (Pergunte ao mestre do xadrez Garry Kasparov [que perdeu uma partida para um computador que joga xadrez].)...
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Para florescer nessa era, precisaremos suplementar nossas bem desenvolvidas habilidades em alta tecnologia com atitudes de "alto conceito" e "alto contato". O alto conceito envolve a capacidade de criar beleza artística e emocional, de detectar padrões e oportu¬nidades, de criar uma narrativa satisfatória e de propor invenções que o mundo não sabia que estavam faltando. O alto contato en¬volve a capacidade de se identificar com o outro, de entender as sutilezas da interação humana, de encontrar alegria em si próprio e provocá-la em outros e de se estender além do cotidiano em busca de objetivos e significado.
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Desenvolver essas habilidades de alto conceito e alto contato não será fácil para todos. Para alguns, o objetivo parece inatingível. Não tenha medo (ou pelo menos tenha menos medo). Os tipos de habilidade que importam agora são, na maioria, atributos funda¬mentalmente humanos. Afinal de contas, lá atrás na savana, nossos ancestrais das cavernas não estavam preenchendo números em planilhas eletrônicas ou consertando defeitos em códigos. Mas es¬tavam contando histórias, demonstrando empatia e projetando ino¬vações. Essas habilidades sempre fizeram parte do que significa ser humano. O que acontece é que depois de algumas gerações na Era da Informação, muitos de nossos músculos de alto conceito e alto contato atrofiaram. O desafio é trabalhar para que eles voltem à boa forma.
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Mas como exatamente agir para alimentar suas habilidades do cé¬rebro direito? A maneira de cultivar o cérebro direito é fazer alguma coisa que você ama fazer - - ou pelo menos gosta de fazer — porque você levará algo intangível a ela, algo de fora de seu cérebro direito, que não pode ser facilmente repetido, automatizado ou terceirizado. Como Pink afirma: "Os tipos de habilidade que mais importam agora são também os tipos de coisas que as pessoas fazem como resultado de motivação intrínseca. Relativamente poucas pessoas se tornam contadores em função de uma motivação intrínseca. Mas motivação intrínseca é o que impulsiona as pessoas a se tornarem criadoras e empáticas, a se tornarem designers e contadoras de histórias, conselheiras e consultoras. Neste fim de semana haverá contadores pintando aquarelas em suas garagens. Haverá advogados escrevendo roteiros. Mas garanto que você não encontrará escultores que no fim de semana estarão por diversão cuidando das declarações de imposto de outras pessoas. Em outras palavras, há uma crescente congruência entre os tipos de coisas que as pessoas fazem porque amam fazê-las e os tipos de coisas que representam vantagem económica."
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E assim, conclui Pink, quando você ouve seus pais ou o paraninfo de sua formatura de faculdade dizendo a você para "fazer o que você ama", eles não estão lhe dando algum tipo de água com açúcar. Estão dando a você uma estratégia de sobrevivência.

1 comentários:

poder e sucesso disse...

cara estou precisando desses tipos de livro para o lado direito me manda o link vlw

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